Espetáculo "O Pai": Amor, Convivência e Transformação


Nos dias 07, 09 e 14 de outubro, a galera da Usina dos Atos pôde conferir a comédia "O Pai", que está em exibição no Auditório Masp Unilever, localizado na Avenida Paulista (no centro expandido de São Paulo). Estiveram presentes educandos da 5ª turma do Projeto 1ª CENA, veteranos das turmas anteriores, educadores, familiares dos educandos e parceiros da Usina. Leonardo Souza, educando da turma atual do Projeto no CEU Inácio Monteiro, gostou muito do espetáculo. "É uma comédia de altíssimo nível que mostra claramente o dinamismo que um ator deve ter em cima do palco, seja para arrumar o cenário ou para a troca com os outros atores em cena", explica.

Rafaela Natália, educanda da turma atual do Projeto no CEU Cidade Dutra, concorda com a opinião do colega e cita o início de uma mudança pessoal que surgiu após conferir a peça. "O enredo é maravilhoso, atores muito bem selecionados, cenário simples mas que casa com a figura de cotidiano que estava sendo passada, realmente me senti transformada após ser espectadora de uma peça tão realista", afirma.

Segundo a educanda, a reflexão que a história apresenta é muito ampla e aborda um assunto que se faz necessário na sociedade atual.

"Refleti sobre vários pontos da minha vida e em relação ao mundo como um todo. É triste saber que existem casos nos quais o idoso é desrespeitado, sendo que no Japão eles valorizam o mais velho justamente por ter mais experiência. Realmente é muito importante colocar tal situação diante dos nossos olhos, para nos fazer pensar se estamos valorizando o mais velho, até mesmo dentro da nossa casa. Eles colocaram a figura do pai, mas poderia ter sido qualquer outra", analisa.

A peça "O Pai" se utiliza do amor para apresentar a vida de um pai e uma filha e aborda as transformações trazidas pelo tempo, pela idade e pela convivência familiar. O ponto central de todo o espetáculo é conseguir encontrar poesia em uma relação tão desgastada por um problema aparentemente sem solução. A obra trata da relação humana de uma maneira muito peculiar, com sutileza e delicadeza. E como podemos ver na própria sinopse da peça, a poesia está presente em cada ato unindo "as dúvidas da filha, as confusões do pai, o envolvimento de terceiros. Tudo tão corriqueiro, tão próximo de todos nós. O que fazer? O PAI não responde. Apenas comove…".

Segundo Rafaela, a forma como cada detalhe foi representado ajudou a construir todo a panorama necessário para envolver por completo os espectadores. "O modo como eles passaram o tempo, e usaram o relógio como uma forma simples de representar isso, foi muito bem colocada, principalmente por ter sido o pai que estava sempre preocupado com o tempo. Fez meio que um paralelo do pouco tempo que ele tinha de vida, ficou muito bacana. Também como foi ressaltado no constante esquecimento do velho, na confusão que era sua mente, ele era ali a figura representante da terceira idade, apesar de ter sido de forma exagerada. Mas esse exagero chocou e tudo que é transmitido de forma dramática transforma!", ressalta.

E como as saídas programadas são sempre pensadas de forma a agregar os conteúdos vistos nas aulas, o benefício pode ser claramente visto quando no próprio passeio os educandos já conseguem traçar paralelos entre o que têm aprendido e o que estão assistindo:

"Com base no que tem sido passado no Projeto, pudemos ver a energia que eles transmitem, principalmente o olhar, a presença de palco, a espontaneidade e a simplicidade com que eles incorporavam os personagens. Não eram mais os atores ali, tudo aquilo era real para eles e por conta disso foi real para o espectador também, porque eles tinham verdade em suas palavras e em suas ações", explica Rafaela.

Leonardo aproveita também para demonstrar sua gratidão por todo o aprendizado."É incrível poder ver que o que aprendemos no Projeto é usado por artistas profissionais! Valeu, usina dos atos!", finaliza o educando.

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